SONS CIRCULANTES – Moinho de Apelação by Icaro Agosto 18, 2023 0 Novidades

SONS CIRCULANTES | Moinho de Apelação

Eunice Artur, Jutta Ravenna and Nuno Torres

PERFORMANCE

19 Agosto 2023 ► 19.00 às 20.00

Um convite para uma performance audiovisual “Sons Circulantes” com Eunice Artur (PT), Nuno Torres (PT) e a artista sonora radicada em Berlim Jutta Ravenna, sábado, 19 de agosto de 2023, das 19h às 20h, no Moinho de Apelação.

Situado perto do aeroporto de Lisboa, envolvido num ambiente acústico específico de aviões em constante movimento, terá lugar uma performance audiovisual no Moinho da Apelação. O moinho é uma elemento central na performance, podendo ser interpretado como um objeto de som cinético devido suas pás o moinho de vento. O moinho de vento como fonte sonora oscila entre a estabilidade e a instabilidade de acordo com a energia do vento dentro de vários “ressonadores acústicos”: búzios e jarras oscilantes, acopladas na estrutura, sintonizados em diferentes frequências. Uma performance eletroacústica e instrumental, onde o espaço sonoro envolvente, dentro e fora do moinho, será enriquecido pela intervenção sonora do Duo Nuno Torres (saxofone alto e eletrónica) e Jutta Ravenna (Leslie Speakers). E, uma performance audiovisual, onde a artista Eunice Artur usará a mecânica do moinho para criar uma “partitura”, num contato direto com movimentos métricos e vibrações da própria mó do moinho.

No final da performance abrimos um espaço para uma conversa com o público, reflexão partilhada sobre o processo criativo.

Como chegar:
Autocarro 311
Campo Grande
Rua Antonio Sergio
Apelação, Lisbon
GPS: 38.81538463294732, -9.128078756245191

DETALHES

Escutar Moinhos de Vento em Portugal

Um projeto de arte sonora em colaboração e cooperação com a Universidade Lusófona de Lisboa foram realizadas uma série de gravações sonoras, de vários moinhos de vento históricos, antecedendo o concerto com o objetivo de programar um mapa sonoro: em Montejunto, Bordeira, Sobral de Monte Agraço, Madeira, Turquel, Apelação em Lisboa, Catefica e Vale de Pinhoa. Mais gravações seguirão de modo a complementar este arquivo sonoro específico.

A utilização da energia eólica como tecnologia natural e sustentável tem uma longa tradição em Portugal. Cerca de 3.000 moinhos de vento ainda estavam em operação e desempenharam um papel importante na economia voltada para a agricultura do país em meados da década de 1960. Além de sua finalidade funcional, as pás giratórias do moinho de vento produzem som. Sua estética sonora peculiar consiste, antes de mais, no som espacial resultante da interação do vento com a superfície das pás na paisagem. Além disso, numerosos moinhos de vento portugueses, distribuídos na faixa do sudoeste litoral, estão equipados com cerca de 50 corpos ressonantes, sintonizados em diferentes frequências, que são montadas nas pás do moinho de vento. Existem diferentes tipos de corpos sonoros e ressonantes: “buzinas” (campainhas), “canudas” (flautas duplas) e “jarras” (vasos), feitos de potes de barro, búzios, juncos, canas ou latas.

Os moinhos de vento foram entretanto declarados património cultural e, como tal, não só têm um estatuto específico que os protege, como ocupam um lugar que não pertence apenas ao passado, mas a sua presença e atividade tornam-se presentes e visíveis, exigindo novas práticas, responsáveis mas desafiadores, num repensar constante de relações entre o passado e o presente. O projeto Sons Circulantes tem enfoque nos aspectos sonoros destes moinhos para pesquisar e documentar mudanças, de sons que circulam na paisagem e no contexto urbano. Um processo que será realizado de modo participativo, já em curso, através do desenvolvimento de um mapa sonoro. O som recolhido dos moinhos de vento históricos, através de gravações de campo, serão usados diretamente para criar um mapa interativo, produzir instalações sonoras e passeios sonoros, bem como permitir a transferência de conhecimento em workshops. Além disso, a base de dados de áudio fornecerá uma fonte valiosa para futuras pesquisas artísticas e científicas, como ainda a produção de conteúdo artístico e cultural.

O Mapa Sonoro do Moinhos de Vento é desenvolvido como uma plataforma interativa que tem potencial futuro como base permanentemente expansível. Tecnicamente, um mapa de som é uma interface digital que incorpora uma variedade de gravações de áudio em um tipo de estrutura geográfica audível. O mapa sonoro funciona do seguinte modo: assim que o utilizador clicar num símbolo no mapa interativo de Portugal, ouvirá imediatamente o som específico do local correspondente a um moinho de vento.

Artistas Participantes

Nuno Torres

Nascido em 1977 em Lisboa, Músico e artista sonoro, com Mestrado em Artes Musicais na FCSH da Universidade Nova de Lisboa. Membro do Grupo de Investigação em Música Contemporânea do Centro de Estudos de Sociologia e Estética Musical. Estudou música no Hot Clube de Portugal em saxofone. Atualmente é professor auxiliar no ESAD – Caldas da Rainha.
Desenvolve um percurso na pesquisa do saxofone, com foco na exploração de uma ampla gama de materiais sonoros através do uso de técnicas estendidas e dos meios da eletrónica e da eletroacústica. Participa e promove vários projetos de novas mídias e música em rede. Recentemente tem estado envolvido em trabalhos na área da arte sonora. Participa em vários ensembles de música improvisada, experimental e reducionista. Além de uma circulação internacional tem uma discografia de vários títulos lançados principalmente em Creative Sources e Clean Feed.

http://nunotorres.net/
https://nunotorres.bandcamp.com/music

Eunice Artur

(Pt, 1981) É artista visual, sonora e performer. Procura compreender em que medida o ‘erro’ pode criar possibilidades de inscrição e variações no desenho, enquanto campo expandido, cruzando o conceito de errância com o ritual, o sagrado e o sonho, o seu trabalho evoca a poética da natureza e a relação com ela.

É mestre em Criação Artística Contemporânea pela Universidade de Aveiro (UA), com o projecto de investigação “Errância Nómada – O desenho como reencontro de um lugar”. Licenciada em Artes Plásticas pela Escola Superior de Arte e Design (Esad.Cr). Com formação em dança pelo CEM – Centro em Movimento.

A sua pesquisa envolve o desenho, a fotografia, o vídeo, a escultura, a instalação, o som e a performance. Costuma trabalha em parceria com músicos, resultando em performances, explorando a relação e a fusão do som no desenho através do mundo da notação gráfica.

https://cargocollective.com/partiduraproject

Jutta Ravenna

Nascida em Düsseldorf, Alemanha, Ravenna estudou artes visuais e música em Düsseldorf e Berlim. Como artista sonora, trabalha com objetos cinéticos. Na fronteira entre arte visual e música, ela pesquisa qualidades perceptivas intermodais entre acústica e temas visuais, principalmente com instalações site-specific.

Desde 1994 exemplos de obras em lagos, estaleiros abandonados, uma fábrica de gelatina, antigas igrejas e mosteiros, estações de rádio e universidades. Várias mostras na Alemanha e noutros locais, entre eles: Filmfestival São Paulo, Goethe Center Santa Cruz, Bolívia, Soundtower St. Pölten, DARB-1718 Cairo, Egito, Sound Art Gallery SA))_Gallery Moscow, Festival for Music and Light Berlin, singuhr hoergalerie Berlin, Villa Contarini Padua, Deutsche Telekom Berlin, Akademie der Künste Berlin. Desde 2016 é integrante do Errant Sound.

Ravenna foi co-fundadora dos eventos “Klangkunst im Dialog” (1996) e curadora do Festival “Sonifications” 2017 na Berlin Society for New Music.

http://www.jutta-ravenna.com/

O projeto de arte sonora “Sons Circulantes” é apoiado por:
– Sonoscopia Associação Cultural
– Goethe Institute
– Lusófona University
– União de Freguesias de Camarate, Unhos e Apelação