Projecção “Invisible Women, part 1” by Icaro Junho 17, 2021 0 Novidades, Screenings

Data: 18 de Junho de 2021 | 19h30

Local: Salão de Festas da Voz do Operário, Rua da Voz do Operário, 13 – Lisboa

Programa de: Catarina Boieiro e Raquel Schefer

Clara Saraiva (Programa Excel) – org.

Preço: GRATUITO!

Reserva de bilhetes: royalcine055@gmail.com

Este evento cumprirá as regras e indicações da Direção Geral de Saúde.

Projecções:

Killing Time, de Fronza Woods, 1979 (10’, EUA, som, p&b)

Fannie’s Film, de Fronza Woods, 1981 (16’, EUA, 16’, som, p&b)

Eva’s Man, de Anita W. Addison, 1976 (11’, EUA, 11’, som, p&b)

Jah Intervention, de Welket Bungué, 2019 (16’, Portugal-Brasil, 2019, som, cor)

– Projecção seguida de uma conversa entre Fronza Woods (sob reserva) e Billy Woodberry.

Evento organizado com o apoio do Centro de Estudos Comparatistas (CEC) da Universidade de Lisboa e do Projecto EXCEL – The Pursuit of Excellence. Biotechnologies, enhancement and body capital in Portugal, financiado pela Fundação para a Ciência e a Tecnologia, coordenado por Chiara Pussetti (Instituto de Ciências Sociais da Universidade de Lisboa).

INFORMAÇÕES

“Invisible Women, part 1” é o subtítulo que abre Fannie’s Film de Fronza Woods. No entanto, a série de retratos cinematográficos que anuncia nunca passou desse primeiro filme, ironicamente o último realizado até hoje pela cineasta afro-americana Fronza Woods.

O título escolhido para este programa visa, em primeiro lugar, homenagear Fronza Woods, que irá apresentar pela primeira vez em Portugal as suas curtas-metragens brilhantes e injustamente esquecidas: Killing Time (1979, 10’) e Fannie’s Film (1981, 16’). Ao mesmo tempo, o título evoca as protagonistas das quatro curtas-metragens exibidas, relacionando-as de um ponto de vista feminista e, por fim, presta uma modesta homenagem a todos os projectos inacabados de mulheres cineastas/artistas.

A sessão será seguida de uma conversa entre Fronza Woods e Billy Woodberry.

SINOPSE

KILLING TIME (EUA, 1979, 10’) e FANNIE’S FILM (EUA, 1981, 16’) são os únicos dois filmes realizados pela cineasta afro-americana Fronza Woods. Definido por Richard Brody (The New Yorker) como o “equivalente norte-americano de SAUTE MA VILLE”, obra-prima de Chantal Akerman, KILLING TIME aborda a condição da mulher afro-americana na sociedade dos EUA do fim da década de 70.

FANNIE’S FILM é um documentário experimental sobre Fannie Drayton, uma mulher afro-americana de 65 anos que trabalha como empregada da limpeza de um ginásio em Nova Iorque. Os filmes de Woods, inéditos em Portugal, cinzelam uma poética experimental sob o pano de fundo do racismo sistémico e das estruturas patriarcais da sociedade norte-americana. Desconstroem, para tal, as convenções do sistema de representação do documentário e exploram noções relacionadas com a performance e a performatividade do cinema.

Baseado num romance de Gayl Jones, o filme EVA’S MAN de Anita W. Addison (EUA, 1976, 11’) debruça-se sobre o caso de Eva, uma mulher afro-americana que assassinou o amante. Através de flashbacks, Adison reconstitui a história de abusos e violência de que Eva foi vítima. Próximo do movimento L.A. Rebellion, cinema “menor” afro-americano que emerge em Los Angeles na década de sessenta, Eva’s Man concebe o cinema como uma estética e um instrumento político para a transformação do mundo.

JAH INTERVENTION, de Welket Bungué, Portugal-Brasil, 2019, 16’
O filme-performance Jah Intervention, realizado pelo cineasta e actor luso-guineense Welket Bungué, reconstitui o homicídio de Cláudia da Silva Pereira, moradora da Favela de Congonhas, no Rio de Janeiro, pela Polícia Militar brasileira em 2014. A performance de Bungué reactiva a memória sensível, as condições perceptivas e as perspectivas cognitivas da vítima, tornando-as sensíveis para o espectador.