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Lemba Soldini

Como artista italo-angolana residente no sul da França, o meu trabalho baseia-se principalmente em fotografias anónimas, documentos, selos e notas encontradas em mercados portugueses durante as minhas viagens, mas também em arquivos e histórias familiares. A minha prática explora a tensão entre a memória íntima e a memória histórica, com um foco particular na relação histórica entre Angola e Portugal. Trabalhando com arquivos pessoais e coloniais, reflito sobre como as identidades são moldadas através do deslocamento, da herança e da fragilidade da memória. Através da fotografia, têxteis, instalações e objetos encontrados, tento dar visibilidade a narrativas ligadas à minha própria experiência diaspórica e transmissão intergeracional: como a memória pode ser coletiva e pessoal. Sinto-me atraída pelo potencial poético do arquivo: como uma fotografia, um pedaço de tecido ou uma refeição partilhada podem tornar-se um ato silencioso de resistência, um gesto de carinho ou um recipiente de memória. No meu trabalho, a cozinha, o corpo e a fotografia tornam-se formas de contar histórias ou reinventá-las, bem como de mostrar como as comunidades negras criam o seu próprio sentido de pertença numa Angola pós-colonial. A minha abordagem é sensível e política, atenta ao peso histórico e interseccional das imagens e aos contextos em que circulam.