Exposição | Mirage de Riar Rizaldi
Curadoria de: Rosa Tyhurst
Abertura 25 de janeiro de 2025 das 16h às 19h
26 de janeiro de 2025 – 19 de abril de 2025
Hangar – Centro de Investigação Artística
© Mirage Eigenstate still.
A obra do artista e cineasta indonésio Riar Rizaldi explora a relação entre ciência, ficção e tecnologia. Mirage apresenta o primeiro e o segundo capítulos de um projeto em curso, ao longo de dez anos, que explora a forma como a ciência moderna e o avanço da tecnologia impactam a vida dos seres humanos e não-humanos no Sudeste Asiático.
A exposição foca-se num filme recentemente encomendado, Mirage – Eigenstate (2024), que entrelaça investigações idênticas sobre a natureza da realidade, enquadrando a ciência ocidental como uma simples metodologia entre muitas numa constelação de visões do mundo pluralistas. O filme explora diferentes interpretações da realidade, desde o sufismo e o monorealismo até às teorias da mecânica quântica. Mais especificamente, Rizaldi analisa o trabalho do filósofo, poeta e místico sufi Hamzah Fansuri, do século XVI, na Sumatra; os avanços da física de partículas no início do século XX, quando se descobriu que o universo é composto por partículas subatómicas; e a “interpretação de muitos mundos” da imortalidade quântica. Editado ao estilo do programa de televisão Cosmos, do astrónomo e cientista planetário americano Carl Sagan, o qual procurava explicar a origem da vida e a quarta dimensão, Mirage – Eigenstate faz referência à comunicação científica generalizada, em que conceitos complexos são partilhados de forma simples, muitas vezes através de imagens.
A exposição inclui também o primeiro filme da série, Mirage – Metanoia (Prelúdio) (2023), o qual utiliza animação ao estilo Hanna-Barbera dos anos 70 para encenar uma conversa entre dois cosmólogos sobre a presença de Deus nos átomos. A física de partículas e a metafísica sufi malaio-indonésia unem-se como expressões diferentes do mesmo esforço humano para compreender o transcendental no material. Ambos os filmes são apresentados como parte de uma instalação maior que inclui um mural de parede baseado nas teorias do místico persa Al Hallaj sobre a verdade e a realidade.
Uma nova publicação, Mirage – Theophany, produzida juntamente com a exposição, oferece um contexto adicional para a série Mirage. Inclui imagens poéticas, abstração e gráficos científicos baseados no estilo dos manuscritos islâmicos do arquipélago indonésio do século XV, ao mesmo tempo que faz referência a imagens e às ideias do Doutor Estranho das bandas desenhadas da Marvel Comics.
Riar Rizaldi, Mirage, foi encomendado e é produzido pela Gasworks, Londres, e é exibido em parceria com a Hangar, Lisboa.
A exposição foi encomendada e é produzida pela Gasworks, Londres, e é exibida em parceria com a Hangar, Lisboa. A Principal Apoiante da exposição de Riar Rizaldi é Prue MacLeod.
Riar Rizaldi trabalha como artista e cineasta. A sua prática artística gira sobretudo em torno da relação entre tecnologia, trabalho e natureza, visões do mundo, cinema de género e a possibilidade de ficção teórica. As suas obras já foram exibidas em inúmeros festivais de cinema internacionais (incluindo Locarno, IFFR, FID Marseille, Viennale, BFI London, Cinéma du Réel, Vancouver, etc.), bem como no Centre Pompidou Paris (2021), no MoMA – Museum of Modern Art (2024), na Bienal de Whitney (2024), na Bienal de Taipé (2023), na Bienal de Istambul (2023), na Bienal de Arquitetura de Veneza (2021), na Bienal de Jogja (2021), na Galeria Nacional da Indonésia (2019) e noutros locais e instituições. Para além disso, foram realizadas exposições individuais recentes e programas de exposição das suas obras na Gasworks London (2024), Institute of Contemporary Arts (ICA) London (2024), Z33 Hasselt (2024), Centre de la photographie Genève (2023) e Batalha Centro de Cinema Porto (2023), entre outros.