Encontros Artísticos | ARTIVISMO E DESCOLONIZAÇÕES by Icaro Outubro 16, 2024 0 Novidades

Encontros Artísticos | ARTIVISMO E DESCOLONIZAÇÕES

17 de Outubro de 2024

Hangar – Centro de Investigação Artística

Rua Damasceno Monteiro, 12

Curadoria: Maria do Carmo Piçarra

Apoio: Fundação Calouste Gulbenkian, DGArtes, República Portuguesa – Cultura

Parcerias com África, Escola das Artes – Universidade Autónoma de Lisboa, Hangar – Centro de Investigação Artística, Cinemateca Portuguesa-Museu do Cinema, Fondazione Archivio Audiovisivo Del Movimento Operaio E Democratico (AAMOD).

© Augusta Conchiglia

11h00 – 11h30 – Daniel Barroca & Catarina Laranjeiro: O Chão é Lava!

O Chão é Lava! foi o título sugerido por Sara Santos para esta exposição em que a artista apresenta edifícios icónicos do Cacém a fazer esquina com um mapa-manta onde tem vindo a inscrever uma geopolítica subjetiva da Europa. Num outro núcleo, a Europa finge-se África. Realizadores amadores, como João Pereira (Tikai) e Nelca Lopez, imaginam-se nos seus países de origem a partir dos subúrbios de Lisboa. Em paralelo, a temporalidade da Guerra na Guiné- Bissau, através do olhar de José Estima, ex-soldado português, dialoga com imagens do movimento messiânico Kyangyang, da autoria de Ramon Sarró e Marina Temudo trabalhadas por Ana Temudo.

11h30 – 11h45 – Pausa para café

11h45 – 13h00 – O cinema fora do Estado: Silas Tiny, Falcão Nhaga, Jorge Cohen (em conversa com Maria do Carmo Piçarra)

13h00 – 15h30 – Almoço

15h30 – 17h30 – Billy Woodberry – A Story from Africa

Catarina Laranjeiro é investigadora do Instituto de História Contemporânea da NOVA FCSH, onde desenvolve uma investigação sobre cinema vernacular em Cabo-Verde e Guiné-Bissau e respectivas diásporas em Portugal e França. É doutora em Pós-Colonialismos e Cidadania Global pelo Centro de Estudos Sociais da Universidade de Coimbra, e mestre em Antropologia Visual e dos Media pela Freie Universitaet Berlin. Participa, regularmente, em diversos projetos e colectivos que cruzam a antropologia, a fotografia e o cinema.

Silas Tiny tinha cerca de 30 anos e estava ainda a frequentar a escola de cinema quando filmou, na Guiné-Bissau, Bafatá Filme Clube, um filme sob um intenso sentimento de perda. Prosseguiu com O Canto do Ossobó, obra em que regressa às origens para filmar as marcas da violência colonial nas plantações em S. Tomé e Princípe, que aborda também através das histórias de família.

Realizador português de origem guineense e cabo-verdiana, Falcão Nhaga realizou Mistida, “talvez o mais sólido dos filmes de produção recente da ESTC – realizado como exercício de fim de curso pela turma do terceiro e último ano da licenciatura em Cinema. Ao longo dos seus trinta minutos, sente-se a segurança do olhar do seu realizador, Falcão Nhaga, que descobre na simplicidade narrativa, no minimalismo do texto e dos pretextos, no recurso despudorado aos silêncios, na singeleza da sua mise en scène e na segurança da sua découpage (a força dos poucos campos/contracampos que rompem com a tendência para os planos gerais e distantes), descobre nisso tudo o retrato de um choque geracional diaspórico” (Ricardo Vieira Lisboa).

Jorge Cohen nasceu e cresceu em Luanda. A curta-metragem Alambamento” (2009) foi o seu primeiro contacto com o mundo do cinema, como director de produção, pouco depois, em 2010, se tornou co-fundador da Geração 80. Acumula a produção das principais obras da produtora, inclusive a primeira longa metragem de ficção, “Ar Condicionado”. Tem um mestrado em Indústrias Culturais e Criativas Globais pela SOAS, Universidade de Londres (2018) e mestrado em Administração de Empresas pela Universidade Católica de Lisboa (2009).