Christine Enrègle by Ricardo Fevereiro 05, 2019 0 Portefólios

Christine Enrègle (1973, Suresnes, Paris), obteve seu PhD em Artes Visuais em Paris 1, Panthéon-Sorbonne University, com “honras de primeira classe” em 2008. Desde então, é professora de artes visuais na escola Condé de design em Paris. Ao escrever sua tese, recebeu uma bolsas universitária para estudar no Brasil, na Escola de Belas Artes de Belo Horizonte (MG). Participou em várias exposições coletivas e organizou exposições individuais.

A sua abordagem artística levanta a questão da prática da paisagem, considerada como um material, cujos elementos uma vez colecionados, deslocados e transformados, constituem a matriz das suas instalações. Destacadas durante o tempo de uma exposição, elas aparecem como tantas pistas dos sítios que foram atravessados. As sombras que geram convidam o espectador, por sua vez, a inclinar-se ” nas características de um desconhecido, de um outro bem como de um outro lugar “. (Mehdi Brit). Este deslocamento de material botânico pode assumir a forma de desenhos feitos com carvão sobre tela.

O trabalho projetado para Junho e Julho de 2019 no Hangar inscreve-se na continuidade do que foi iniciado em Agosto de 2018:
“Portugal, e especialmente Lisboa, apareceu-me como um espaço intermediário entre França, onde vivo, em Paris, e o Brasil, onde morei durante algum tempo, em Belo Horizonte (Minas Gerais). O que me chamou a atenção aqui, em Lisboa, foi a presença de árvores também encontradas no Brasil. Descobertas por acaso durante caminhadas em diferentes jardins públicos da cidade, elas impõem a sua presença através do seu gigantismo e as suas formas fantasmagóricas, solicitando ao mesmo tempo o imaginário e a memória. Os seus movimentos de metamorfose são traduzidos em carvão vegetal sobre tela de algodão, através de um conjunto de gestos que se inscrevem na continuidade deles e acompanham suas deslocações afim de dar lugar ao desenho. Realizados em séries de três, sob a forma de trípticos, apresentados de seguida na parede em dois metros de altura, as dimensões dos desenhos (150 x 80 cm cada) assemelham-se àquelas do corpo humano, envolvendo o espectador dentro de um dispositivo em espelho.”

Este trabalho vai ser apresentado numa exposição individual na Sociedade Nacional de Belas Artes em Lisboa, em Abril de 2020.

Com o apoio do Institut Français du Portugal.