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Mais Ou Menos Preciso — Workshop

3 a 6 Maio — 19h00 > 22h00

Alexandre Pieroni Calado e João Ferro Martins.

Preço: 13,57€

Inscrições: geral@hangar.com.pt


Material Necessário: 5 raspadinhas sem prémio, 31gr de Cloreto de sódio, 1 par de ténis bom e um par muito usado, 3 penas coloridas artificialmente, 2 imagens de montanhas onde nunca esteve, 1 pedra (tamanho, forma e coloração aleatórios), 7 rebuçados variados, 1 cadeira de assento desdobrável, 1 livro de instrucções para algo que não domina minimamente, 1 rádio a pilhas.

No âmbito do processo de pesquisa e criação do espectáculo O Declive e a Inclinação propõe-se a realização de uma acção de formação destinada a estudantes, profissionais, amadores e filisteus das artes performativas, sobre práticas e procedimentos  que lidam com o absurdo sob formas como: o despropósito, a inutilidade e o dispêndio. De índole essencialmente exploratória e aporética, a acção terá como centro de irradiação um manancial de práticas absurdas para o quotidiano como via para a criação de material performativo e plástico, tendo como horizonte de referências o trabalho de Ivo Dimchev e da dupla Jonathan Burrows e Matteo Fargion, bem como as propostas seminais de Samuel Beckett, Kurt Schwitters, Bruce Nauman e Steve Reich, entre outros tantos, demasiados.

O mito de Sísifo não é tanto uma oportunidade de afirmar, com Camus, que há uma consciência da agência individual que subsiste à ausência global de sentido da vida humana, mas constitui antes a matéria simbólica que permite defender a necessidade absoluta da actividade artística no enfrentamento das lógicas economicistas que procuram governar. Pois o exame do mito não revela o herói apenas inscrito na repetição de uma tarefa sem sentido mas dá-nos a ver alguém implicado num infindável processo de tentativa e falhanço. De certo modo, este compromisso com um conjunto de instruções e regras tende para a experiência da exaustão e para o aparecimento de formas singulares da subjectividade, ganhando a dimensão de um potencial libelo à resistência. Trata-se, portanto, de um retrato de prejuízo gratuito e de excesso desnecessário que poderia muito bem ser o do artista enquanto jovem.


imagem ©  João Ferro Martins

3 to 6 May — 6 pm > 10 pm

Price: 13,57€

Registration: geral@hangar.com.pt


Necessary Materials: 5 scratchcards without awards, 31 grams of Sodium Cloride, 1 pair of good tenis shoes, and worn out pair, 3 artificially colored feathers, 2 images of mountains where you’ve never been, 1 rock (of random size, form and coloration), 7 different gobstoppers, 1 foldout chair, 1 book of instructions for something that is hard to master, and 1 radio battery.

The spectacle The Slope and the Inclination facilitates a type of learning designed for students, professionals, lovers and Philistines of the performing arts, that presents practices and proceedings that deal with the absurd, examining things like: absurdity, emptiness, and wastefulness.  The source of the installation are the absurd practices of the everyday for the creation of performative material and fine arts, referencing the work of Ivo Dimchev, duo Jonathan Burrows and Matteo Fargion, as well as the work of Samuel Beckett, Kurt Schwitters, Bruce Nauman, and Steve Reich, among many, many others.

The myth of Sisyphus is not as great as the opportunity to affirm with Camus that there a conscience of individual agency does not substitute the global absence that allows us to defend the absolute necessity of artistic activity in terms of the economic logistics that we seek to govern. So the myth does not only reveal a hero written in the repetition of a task without meaning but gives the hero purpose in an interminable process of attempts and failures. In a certain way, this compromise with the instructions and rules experiments with ideas of exhaustion and the appearance of singular forms of subjectivity, gaining dimension as a satire of resistance. It paints portrait of prejudice without motive in unnecessary excess could very well be of the artist when they were young.


image ©  João Ferro Martins