Artista / Educador: Maria do Carmo Piçarra
Público-alvo: Interessados no uso do cinema pelo regime ditatorial português e pelos movimentos de libertação e na análise crítica das representações e contra-representações fílmicas relativas às ex-colónias e seus habitantes.
Preço:
Um módulo – 75€
Dois módulos – 100€
Deixem-me ao menos subir às palmeiras… © Lopes Barbosa
MÓDULO I
Início: 7 de Outubro
Datas: 7, 8 e 9 de Outubro
Horários: 7 e 8 Outubro das 18h às 21h (Lisboa) e 9 de Outubro das 10h30 às 13h30 (Lisboa)
Máximo de 20 participantes (Online)
O presente curso é composto por dois módulos, caso se inscreva em ambos os módulos o valor monetário será de 100 euros.
Inscrições através do email hangar.xerem@gmail.com até dia 24 de Setembro de 2021 (especificar no assunto: Re-Imaginar O Império I)
O Estado Novo usou o cinema para impor, interna e externamente, a imagem de um país pluricontinental e multirracial. Muitas ideias propagadas nunca foram questionadas após o restabelecimento da democracia e após as independências dos países de língua portuguesa.
Este curso livre discutirá como é que a propaganda – e a censura – do Estado Novo determinou as representações relativas aos países de língua portuguesa, incluindo os casos da “Ásia Portuguesa”. Debaterá ainda as evidências da (im)possibilidade de um outro olhar sobre as ex-colónias portuguesas em obras de autor do Cinema Novo que foram censuradas e proibidas e abordará os usos do cinema pelos diferentes movimentos políticos, durante as lutas de libertação em África.
• Aula 1 – Azuis ultramarinos. Pioneirismo na propaganda colonial nos filmes antes da II Guerra Mundial.
• Aula 2 – Documentários de propaganda política, industrial e turística vs censura no Novo Cinema sobre as colónias.
• Aula 3 – Os casos Catembe e Deixem-me ao menos subir às palmeiras…. Internacionalismo cinematográfico e movimentos de libertação: Sarah Maldoror e Augusta Conchiglia sobre Angola, o projecto cabralista para a Guiné/Cabo-Verde, e a luta de Moçambique mostrada ao mundo.
MÓDULO II
Início: 30 de Outubro
Datas: 30 de Outubro e 6 de Novembro
Horários: 30 Outubro das 10h30 às 13h30, 14h30 às 17h30 (Lisboa) e 6 de Novembro das 10h30 às 13h30 (Lisboa)
Máximo de 12 participantes (Presencial)
O presente curso é composto por dois módulos, caso se inscreva em ambos os módulos o valor monetário será de 100 euros.
Inscrições através do email hangar.xerem@gmail.com até dia 24 de Outubro de 2021 (especificar no assunto: Re-Imaginar O Império II)
Na sequência do curso livre “Re-imaginar o império. Projecções (anti-)coloniais no cinema” I, este segundo curso livre aprofundará os usos do cinema pelos diferentes movimentos políticos, durante as lutas de libertação africana e particularizará os casos de Goa, Macau e Timor. Analisará ainda a emergência de projectos de cinema nacional em Moçambique, Angola e Guiné-Bissau e aprofundará os contributos de alguns autores. Fará uma panorâmica sobre as cinematografias actuais nos países africanos de língua portuguesa particularizando também os casos orientais.
• Aula 1 – Internacionalismo cinematográfico, filmes políticos e militantes nas e sobre as (ex-)colónias portuguesas. Os casos africanos.
• Aula 2 – Aula 2 – Continuação. Internacionalismo cinematográfico, filmes políticos e militantes nas e sobre as (ex-)colónias portuguesas. Os casos asiáticos.
• Aula 3 – A projecção das nações de língua portuguesa. Projectos de cinema e televisão nacionais para resgatar as novas nações africanas do “Hemisfério dos observados”.
CONCEPÇÃO E ORIENTAÇÃO
Maria do Carmo Piçarra é investigadora integrada no ICNOVA-FCSH e professora na Universidade Autónoma de Lisboa. Doutorada, mestre e licenciada em Ciências da Comunicação, desenvolveu a investigação pós-doutoral “‘Cinema Império’. Portugal, França e Inglaterra, representações do império no cinema” (2013-2018), tendo, nesse âmbito, sido investigadora convidada do CFAC-University of Reading. É programadora de cinema e foi adjunta da presidência do Instituto de Cinema, Audiovisual e Multimédia (1998-1999).
Publicou, entre outros livros e artigos, Azuis ultramarinos. Propaganda colonial e censura no cinema do Estado Novo” (2015), e coordenou, com Jorge António, a trilogia Angola, o nascimento de uma nação (2013, 2014, 2015) e, com Teresa Castro, (Re)Imagining African Independence. Film, Visual Arts and the Fall of the Portuguese Empire (2017). Acaba de publicar o capítulo “Resistance and political awareness through the poetic gaze of Sarah Maldoror” no livro Contemporary lusophone African film (Paulo de Medeiros e Livia Apa, 2020). Dinamiza a Aleph – Rede de Acção e Investigação Crítica da Imagem Colonial.