Projecção Reframing Body-Images: Ana Vaz, Billy Woodberry, Daniel Barroca
Royal_cine Cineclube
Quinta-feira, 26 de Novembro de 2020, 19h, Salão de Festas da Voz do Operário, Rua da Voz do Operário, 13, Lisboa
Um programa de Catarina Boieiro e Raquel Schefer
Clara Saraiva (Programa Excel) – org.
Projecção de
- A Story From Africa, Billy Woodberry, 2019 (32’, Portugal/EUA, som, p&b)
- Apiyemiyekî?, Ana Vaz, 2019 (28′,Brasil/França/Holanda/Portugal, som, cor e p&b)
- Soldier Playing with Dead Lizard #8, Daniel Barroca, 2008 (9’, Portugal, som, p&b)
Com a presença dos realizadores.
Entrada gratuita / Reserva de bilhetes – royalcine055@gmail.com.
O evento cumprirá as regras e indicações da Direção Geral de Saúde.
O projeto EXCEL aborda as tecnologias de enhancement como práticas de bioinvestimento, numa relação directa com as concepções do corpo hegemónico, branco, ligado a contextos sociais, políticos e muitas vezes também coloniais. É no âmbito destas reflexões que se insere a sessão de filmes Reframing body images.
Reframing body images reúne três filmes concebidos a partir de imagens fixas que remetem para histórias invisibilizadas de violência colonial. Os gestos cinematográficos de Billy Woodberry (figura central do movimento de cinema afro-americano LA Rebellion), Ana Vaz (artista e cineasta) e Daniel Barroca (artista e investigador em antropologia visual) recorrem a diferentes estratégias de reemprego e reenquadramento das imagens de arquivo que revelam. A partir de uma série de fotografias da campanha de pacificação liderada pelo General Alves Roçadas em 1907 no sul de Angola; de uma única fotografia de um soldado português na Guiné-Bissau em 1974; ou de uma colecção de desenhos feitos durante uma experiência pedagógica radical de alfabetização após o massacre do povo Waimiri-Atroari para a construção de uma auto-estrada durante a Ditadura Militar e Civil no Brasil, os três filmes suscitam questões semelhantes: como olhar, através de fotografias, para corpos de perpetradores e vítimas, cúmplices e resistentes? Como olhar hoje, a partir de um ponto de vista ameríndio, para desenhos que denunciam aquilo a que alguns tentaram chamar progresso, modernização? Podem as imagens reescrever ou reparar a história? E, afinal, como somos olhada(o)s por estas imagens?paisagem sonora colonial e independente de Angola.