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Lisboa na África

Lisboa partilha com a Paris a reputação de ser a cidade mais africana na Europa. Se a distinção da capital francesa é derivada ao número predominante de ex-colónias francófonas no continente, então o caso português é mais complicado – uma combinação de longevidade (uma presença de 500 anos em solo africano), uma história de colonialismo (particularmente em Angola) envolvendo centenas de milhar de migrantes, e uma guerra prolongada, perversa e “tardia” levada a cabo contra os movimentos anti-colonialistas numa tentativa de manter o controlo sobre as “propriedades” do continente africano. Por outras palavras, uma longa história de sangue – tanto partilhado como derramado.

O tipo de “africanidade” distintivo de Lisboa – em todas as suas subtitlezas, manifestações e complexidades – forma o nexus de investigação deste campo de pesquisa, dividido em três áreas principais de actividade:

  1. black people. lisbon. Uma investigação fotográfica documentando aspectos da experiência vivida por migrantes africanos, predominantemente, culminando numa exposição e conversa.
  1. OPEN MIND SESSIONS. Uma série de conversas/performances por académicos e artistas, Cada sessão terá uma única peça como inspiração – uma obra de arte, uma obra musical, um gesto em dança, etc – e levar-nos-á numa jornada mágica e intelectual através do tempo e do espaço, estabelecendo ligações com as culturas e as histórias da diáspora portuguesa africana. As conversas têm por base a ideia de que uma mente aberta consegue ver a totalidade do universo no mais ínfimo objecto.
  1. LISBOA NA ÁFRICA (LISBON IN AFRICA). Um documentário sonoro construído a partir de entrevistas com um vários artistas residentes em África (incluindo René Tavares, Kiluanji Kia Henda, Edson Chagas e Kwame Sousa). Como aves migratórias que transportam sementes entre locais longínquos, estes artistas passam temporadas em Lisboa, com regularidade mas variando a duração, enquanto que estabelecem a sua base nos seus países de origem. A questão é, até que medida estas “sementes” criam raízes e florescem, por forma a fertilizar o “solo” dos seus ambientes de origem?

A investigadora principal do proejcto de pesquisa Lisboa: África na Europa é Christabelle Peters, uma investigadora académica e escritora criativa com experiência em fotografia, jornalismo e produção de media. Actualmente, é recepiente de Leverhulme Early Career Fellowship no Departamento de Estudos Hispânicos na University of Warwick (UK), onde investiga políticas transnacionais culturais de identidade nos contextos anti e pós-coloniais do mundo Ibérico Atlântico.

Dando seguimento à publicação da sua monografia intitulada Cuban Identity and the Angolan Experience(Palgrave Macmilla, 2012), o seu novo projecto literário, Angola in the African Atlantic, propõe um paradigma alternativo ao “Atlântico negro” de Paul Gilroy para investigar questões de raça nas sociedades hispânica e lusófona.

Eventos

Christabelle Peters

Novembro 2018