PROGRAMA
X
O Programa X com curadoria de Pedro Hossi será uma reflexão de processos criativos e de vida, de identidade, memória, representatividade na arte, literatura, teatro e não só. As conversas refletem também questões associadas ao movimento de libertação em África e expandem esse mesmo conceito (libertação) a um lugar de liberdade individual. Pretendemos criar um “documento” falado que encoraja a troca de experiências e com isso um melhor entendimento da história cultural e pessoal, num diálogo entre passado , presente e futuro.
© Pedro Hossi, “Entender o passado como forma de desconstruir o presente e mapear o futuro”.
1 – Agualusa, “Sobre o poder da literatura”
“A ficção tem a capacidade de aproximar as pessoas. Quando eu abro um livro a proposta que me é feita é de integração naquele personagem e isso é um exercício de empatia”.
José Eduardo Agualusa é um dos mais premiados e conceituados escritores Angolanos da atualidade. Neste episódio Agualusa fala da sua infância no Huambo e das suas memórias da guerra. A conversa aborda o processo de independência em Angola e algumas das figuras que nele interferiram. Conversamos também sobre literatura, viagens, a sua amizade com o também escritor Mia Couto e como os sonhos interferem no seu processo criativo.
“O racismo é muito poderoso e nós muitas vezes negligenciamos esse poder, é poderoso porquê? porque em qualquer lugar ele arranja convenções diferentes para atuar”
Isabel ZUAA é uma Actriz que é também uma força criadora.
Nascida em Lisboa, filha de mãe Angolana e Pai Guineense. Neste episódio Isabel fala-nos da sua Infância no Zambujal e como foi crescer rodeada de culturas diferentes.
Falamos da sua relação com Lisboa, com o Brasil e como desde sempre a Arte funcionou como um motor na sua vida. Isabel partilha conosco a sua visão de um mundo mais justo e também da importância de quebrar tabus e estereótipos. Falamos dos seus projectos ,dos seus prémios e da importância que a representação tem na sua vida.
3 – Matamba Joaquim, “Sobre a infância”
“Luanda era bonita, parecia uma terra de sonho, se calhar porque eu não percebia na altura o sofrimento que os meus Pais passavam, porque eles guardavam tudo isso para eles”.
Matamba Joaquim é um Actor Angolano de Teatro, cinema e televisão. Neste episódio falamos sobre a sua Infância em Angola e como foi crescer em liberdade numa Luanda vibrante e alegre. Falamos também sobre a sua carreira, sobre Lisboa, imigração, racismo e representatividade no audiovisual. Matamba fala-nos também do papel importante que a escrita tem na sua vida.
4 – Kalaf Epalanga, “Sobre a Kizomba”
“Não me canso de enaltecer a kizomba como a manifestação cultural mais importante que a comunidade africana na Europa produziu”
Kalaf Epalanga é um escritor e músico Angolano. Neste episódio Kalaf fala sobre memórias e ramificações da guerra, sobre a sua infância em Benguela e chegada a Lisboa. Conversamos também sobre imigração, fronteiras, literatura, música e como os Buraka som sistema se tornaram numa potência musical muito além da realidade Lusófona.
5 – Conceição Queiroz, “Sobre o racismo”
“ Se nós pensarmos o racismo enquanto estrutura e sistema, o racismo inverso não existe. Eu não conheço um sistema montado propositadamente com leis criadas para prejudicar os brancos”
Conceição Queiroz é uma jornalista nascida em Moçambique mais propriamente na ilha de Moçambique. Neste episódio Conceição fala-nos da sua infância entre a ilha , Beira e Maputo. Falamos também sobre a sua chegada a Lisboa e como foi a sua adaptação a uma realidade completamente diferente.
Conversamos sobre heranças familiares, a busca incessante por mais conhecimento e a importância de combater fenómenos como Racismo e a xenofobia.
Pedro Hossi
Pedro Hossi nasceu em Luanda-Angola no final dos anos 70. Com 2 anos vai para Portugal viver com a sua família. Aos 18 anos inicia a sua carreira no Teatro fazendo várias peças no universo de Nelson Rodrigues. Em 2002 vai para Nova Iorque estudar no prestigiado Lee Strasberg Theatre Institute onde recebe um prémio de mérito no final do curso. De seguida vai para Paris onde faz Teatro sob a direção de Jack Waltzer. Em seguida faz a sua primeira longa metragem como protagonista, o filme chama-se “Borderline” e foi rodado entre o México e os EUA… Segue-se “O Grande Kilapy” de Zezé Gamboa, filme que teve a sua estreia no festival de cinema de Toronto… Nos últimos 5 anos Pedro fez uma série de projectos de televisão e cinema em Portugal e fez parte também do filme “Sérgio” produzido pela Netflix com Wagner Moura e Ana de Armas. Neste momento está envolvido em vários projectos de Cinema, Teatro e Televisão.